Bandeira Curdistã |
Curdos
*Região do Curdistão |
Os Curdos são um grupo étnico que se considera
como nativo da região curdistã que inclui partes adjacentes de Irã, Iraque,
Síria, Turquia, Armênia e Geórgia, devido ao tempo decorrido na história da
região desde o século VI a.C. existem muitas outras origens étnicas incertas.
A região Curdistã inclui partes adjacentes de
Irã, Iraque, Síria, Turquia, Armênia e Geórgia. Etnicamente aparentados com
outros povos iraquianos, eles falam curdo, uma língua indo-europeia do ramo iraquiano.
A
População do Curdistão: (Turquia, Irão, Iraque, Síria e Armênia)
possui
cerca de 27 a 36 milhões de pessoas.
*Região montanhosa no noroeste do iraque |
História
Os
curdos são descendentes de todos aqueles que se tenham historicamente fixado no
Curdistão. Os hurritas habitaram as regiões do atual Curdistão (na Mesopotânia)
de 4000 a.C até 600 a.C. Os hurritas falavam uma língua que pertencia
possivelmente à família de línguas caucasianas do nordeste, aparentada ao
moderno checheno e ao lezguiano. Os hurritas se espalharam e por fim dominaram
territórios significativos fora de sua base nos montes Zagros-Taurus. No entanto, como os curdos,
eles não se expandiram muito além das montanhas, os hurritas se dividiram em
vários clãs e subgrupos, fundando cidades-estados, reinos e impérios com
epônimos dos nomes dos clãs. Esses clãs incluíam os gutas, kurti, khaldi, mushku, minni, lullubi e os cassitas entre outros. Todas essas tribos eram
parte de um grande grupo de hurritas, e juntos ajudaram a formar a fase hurrita
da história curda.
Do segundo ao primeiro milênio antes de Cristo um grande número
de povos se juntou aos hurritas. Entre as tribos indo-europeias importantes que
se estabeleceram nas montanhas curdas estão os medos(origem ariana), os citas(origem iraquiana) e os sármatas(
origem iraquiana) cujos nomes
ainda estão preservados em alguns nomes de lugares por todo o Curdistão.
Assume-se que sua língua original foi influenciada e
gradualmente substituída pelo iraniano do noroeste, com a chegada dos medos ao
Curdistão.
Conflitos
·
No Iraque
Durante a guerra Irã-Iraque na década de 1980, o
regime implementou políticas anticurdos e uma guerra civil de facto eclodiu. O
Iraque foi amplamente condenado pela comunidade internacional, mas nunca foi
seriamente punido pelos meios opressivos que utilizou tais como assassinato em
massa de centenas de milhares de civis, a destruição generalizada de milhares
de aldeias e a deportação de milhares de curdos para o sul e o centro do
Iraque. A campanha do governo iraquiano contra os curdos em 1988 foi chamada
Anfal ("Pilhagem de Guerra"). Os ataques Anfal levaram à destruição
duas mil aldeias e entre 50 e 100 mil curdos foram mortos.
·
Na Turquia
De 1915 a 1918, os curdos lutaram pelo fim do
domínio otomano sobre sua região. Eles foram encorajados pelo apoio de Woodrow
Wilson às nacionalidades não turcas do império e submeteram sua reivindicação
por independência na Conferência de Paz de Paris de 1919. O Tratado de Sèvres
determinou a criação de um estado autônomo curdo em 1920, mas o subsequente
Tratado de Lausanne de 1923 não mencionou os curdos. Em 1925 e 1930 revoltas
curdas foram suprimidas através do uso da força.
·
No Irã
Nos anos recentes, lutas intensas ocorreram entre os curdos e o estado
iraniano entre 1979 e 1982. Em agosto de 1979, Ruhollah Khomeini declarou uma
"guerra santa" contra os curdos. Uma fotografia de um pelotão de
fuzilamento da Guarda Revolucionária executando prisioneiros curdos próximo a
Sanandaj ganhou fama internacional e venceu o Prêmio Pulitzer em 1980. O Corpo
de Guarda da Revolução Islâmica atacou as regiões curdas para restabelecer o
controle do governo iraniano; como resultado, cerca de dez mil curdos foram
mortos. Desde 1983, o governo iraniano mantém o controle sobre todas as áreas
habitadas pelos curdos. Intranquilidade frequente e tomadas de posições
militares têm ocorrido desde a década de 1990.
·
Na Síria
As técnicas usadas para suprimir a identidade étnica dos curdos
na Síria incluem várias proibições do uso da língua curda, recusa em registrar
crianças com nomes curdos, substituição de nomes de lugares curdos com novos
nomes em árabe, proibição de
negócios que não tenham nomes árabes, proibição de escolas privadas curdas e
proibição de livros e outros materiais escritos em curdo. Com o direito à
nacionalidade síria negado, cerca de trezentos mil curdos são privados de
quaisquer direitos sociais, violando-se assim as leis internacionais. Como
consequência, estes curdos estão efetivamente de mãos atadas dentro da Síria.
Em fevereiro de 2006, no entanto, fontes relataramque a Síria então estava
planejando conceder cidadania a estes curdos.
Em 12
de março de 2004, em um estádio em Qamishli (cidade majoritariamente curda no
nordeste da Síria), eclodiram confrontos entre curdos e sírios que duraram
vários dias. Pelo menos trinta pessoas foram mortas e mais de cento e sessenta
feridas. O distúrbio se espalhou para outras cidades curdas ao longo da
fronteira com a Turquia, e em seguida para Damasco e Alepo.
·
Na Armênia
Entre as décadas de 1930 e 1980, a Armênia fez parte da União
Soviética e os curdos, como outros grupos étnicos, tinham o status de minoria
protegida. Aos curdos armênios era permitido ter seu próprio jornal patrocinado
pelo estado, transmissões de rádio e eventos culturais.
Durante o conflito em Nagorno-Karabakh, muitos curdos
não-yazidis foram forçados a deixar suas casas. Com o fim da União Soviética,
os curdos na Armênia foram alijados de seus privilégios culturais e a maioria
fugiu para a Rússia ou para a Europa Ocidental.
·
No Azerbaijão
Em 1920, as duas áreas habitadas por curdos de Jewanchir
(capital Kalbajar) e Zangazur oriental (capital Lachin) foram reunidas para
formar o Curdistão Vermelho (Kurdistan Uyezd). O período de existência da
unidade administrativa curda foi breve e não durou após 1929. Os curdos
subseqüentemente enfrentaram muitas medidas repressivas, inclusive deportações.
Como resultado do conflito em Nagorno-Karabakh, muitas regiões curdas foram
destruídas e mais de 150.000 curdos foram deportados desde 1988.
Religião
O Iazdânismo se refere a um grupo de religiões monoteístas
praticadas entre os curdos: o Alevismo, o Iarsanismo e o Iazidismo. O principal
elemento nas religiões iazdânis é a crença em sete entidades angélicas que
protegem o mundo, e por isso estas tradições são chamadas de Culto dos Anjos. A
religião original dos curdos era o Iazidismo, uma religião muito influenciada
pelas crenças judaica, zoroastriana, cristã e islâmica.
Atualmente, a maioria dos curdos é oficialmente muçulmana,
pertencendo à escola Shafi'i do Islamismo sunita.
Práticas místicas e participações em ordens sufistas estão
também disseminadas entre os curdos. Há também uma minoria curda que é xiita,
vivendo principalmente nas províncias iranianas de Ilam e Kermanshah e no
Iraque central (curdos faili). Os alevitas são outra minoria religiosa entre os
curdos, encontrados principalmente na Turquia.
Cultura
A cultura
curda é o legado de vários povos antigos que moldaram os modernos curdos e sua
sociedade, principalmente de três povos: os hurritas nativos, os iranianos
antigos (medos) e os muçulmanos.
A cultura curda é muito próxima daquelas
dos povos iranianos; os curdos, por exemplo, também celebram
o Noruz (21 de Março) como Dia de Ano Novo.
Os filmes curdos principalmente evocam a
pobreza e a falta de direitos do povo curdo na região. Yılmaz Güney (Yol)
e Bahman Qubadi (A Time for Drunken Horses,Turtles Can Fly)
estão entre os mais conhecidos diretores curdos.
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