domingo, 8 de junho de 2014

Curdos

Bandeira Curdistã
Curdos

*Região do Curdistão
Os Curdos são um grupo étnico que se considera como nativo da região curdistã que inclui partes adjacentes de Irã, Iraque, Síria, Turquia, Armênia e Geórgia, devido ao tempo decorrido na história da região desde o século VI a.C. existem muitas outras origens étnicas incertas.
A região Curdistã inclui partes adjacentes de Irã, Iraque, Síria, Turquia, Armênia e Geórgia. Etnicamente aparentados com outros povos iraquianos, eles falam curdo, uma língua indo-europeia do ramo iraquiano.
A População do Curdistão: (Turquia, Irão, Iraque, Síria e Armênia)
possui cerca de 27 a 36 milhões de pessoas.

*Região montanhosa no noroeste do iraque
História

Os curdos são descendentes de todos aqueles que se tenham historicamente fixado no Curdistão. Os hurritas habitaram as regiões do atual Curdistão (na Mesopotânia) de 4000 a.C até 600 a.C. Os hurritas falavam uma língua que pertencia possivelmente à família de línguas caucasianas do nordeste, aparentada ao moderno checheno e ao lezguiano. Os hurritas se espalharam e por fim dominaram territórios significativos fora de sua base nos montes Zagros-Taurus. No entanto, como os curdos, eles não se expandiram muito além das montanhas, os hurritas se dividiram em vários clãs e subgrupos, fundando cidades-estados, reinos e impérios com epônimos dos nomes dos clãs. Esses clãs incluíam os gutas, kurti, khaldi, mushku, minni, lullubi e os cassitas entre outros. Todas essas tribos eram parte de um grande grupo de hurritas, e juntos ajudaram a formar a fase hurrita da história curda.
Do segundo ao primeiro milênio antes de Cristo um grande número de povos se juntou aos hurritas. Entre as tribos indo-europeias importantes que se estabeleceram nas montanhas curdas estão os medos(origem ariana), os citas(origem iraquiana) e os sármatas( origem iraquiana) cujos nomes ainda estão preservados em alguns nomes de lugares por todo o Curdistão.
Assume-se que sua língua original foi influenciada e gradualmente substituída pelo iraniano do noroeste, com a chegada dos medos ao Curdistão.

Conflitos

·      No Iraque
Durante a guerra Irã-Iraque na década de 1980, o regime implementou políticas anticurdos e uma guerra civil de facto eclodiu. O Iraque foi amplamente condenado pela comunidade internacional, mas nunca foi seriamente punido pelos meios opressivos que utilizou tais como assassinato em massa de centenas de milhares de civis, a destruição generalizada de milhares de aldeias e a deportação de milhares de curdos para o sul e o centro do Iraque. A campanha do governo iraquiano contra os curdos em 1988 foi chamada Anfal ("Pilhagem de Guerra"). Os ataques Anfal levaram à destruição duas mil aldeias e entre 50 e 100 mil curdos foram mortos.
·      Na Turquia
De 1915 a 1918, os curdos lutaram pelo fim do domínio otomano sobre sua região. Eles foram encorajados pelo apoio de Woodrow Wilson às nacionalidades não turcas do império e submeteram sua reivindicação por independência na Conferência de Paz de Paris de 1919. O Tratado de Sèvres determinou a criação de um estado autônomo curdo em 1920, mas o subsequente Tratado de Lausanne de 1923 não mencionou os curdos. Em 1925 e 1930 revoltas curdas foram suprimidas através do uso da força.
·      No Irã
Nos anos recentes, lutas intensas ocorreram entre os curdos e o estado iraniano entre 1979 e 1982. Em agosto de 1979, Ruhollah Khomeini declarou uma "guerra santa" contra os curdos. Uma fotografia de um pelotão de fuzilamento da Guarda Revolucionária executando prisioneiros curdos próximo a Sanandaj ganhou fama internacional e venceu o Prêmio Pulitzer em 1980. O Corpo de Guarda da Revolução Islâmica atacou as regiões curdas para restabelecer o controle do governo iraniano; como resultado, cerca de dez mil curdos foram mortos. Desde 1983, o governo iraniano mantém o controle sobre todas as áreas habitadas pelos curdos. Intranquilidade frequente e tomadas de posições militares têm ocorrido desde a década de 1990.
·       Na Síria
As técnicas usadas para suprimir a identidade étnica dos curdos na Síria incluem várias proibições do uso da língua curda, recusa em registrar crianças com nomes curdos, substituição de nomes de lugares curdos com novos nomes em árabe, proibição de negócios que não tenham nomes árabes, proibição de escolas privadas curdas e proibição de livros e outros materiais escritos em curdo. Com o direito à nacionalidade síria negado, cerca de trezentos mil curdos são privados de quaisquer direitos sociais, violando-se assim as leis internacionais. Como consequência, estes curdos estão efetivamente de mãos atadas dentro da Síria. Em fevereiro de 2006, no entanto, fontes relataramque a Síria então estava planejando conceder cidadania a estes curdos.
Em 12 de março de 2004, em um estádio em Qamishli (cidade majoritariamente curda no nordeste da Síria), eclodiram confrontos entre curdos e sírios que duraram vários dias. Pelo menos trinta pessoas foram mortas e mais de cento e sessenta feridas. O distúrbio se espalhou para outras cidades curdas ao longo da fronteira com a Turquia, e em seguida para Damasco e Alepo.
·       Na Armênia
Entre as décadas de 1930 e 1980, a Armênia fez parte da União Soviética e os curdos, como outros grupos étnicos, tinham o status de minoria protegida. Aos curdos armênios era permitido ter seu próprio jornal patrocinado pelo estado, transmissões de rádio e eventos culturais.
Durante o conflito em Nagorno-Karabakh, muitos curdos não-yazidis foram forçados a deixar suas casas. Com o fim da União Soviética, os curdos na Armênia foram alijados de seus privilégios culturais e a maioria fugiu para a Rússia ou para a Europa Ocidental.
·       No Azerbaijão
Em 1920, as duas áreas habitadas por curdos de Jewanchir (capital Kalbajar) e Zangazur oriental (capital Lachin) foram reunidas para formar o Curdistão Vermelho (Kurdistan Uyezd). O período de existência da unidade administrativa curda foi breve e não durou após 1929. Os curdos subseqüentemente enfrentaram muitas medidas repressivas, inclusive deportações. Como resultado do conflito em Nagorno-Karabakh, muitas regiões curdas foram destruídas e mais de 150.000 curdos foram deportados desde 1988.

Religião

O Iazdânismo se refere a um grupo de religiões monoteístas praticadas entre os curdos: o Alevismo, o Iarsanismo e o Iazidismo. O principal elemento nas religiões iazdânis é a crença em sete entidades angélicas que protegem o mundo, e por isso estas tradições são chamadas de Culto dos Anjos. A religião original dos curdos era o Iazidismo, uma religião muito influenciada pelas crenças judaica, zoroastriana, cristã e islâmica.
Atualmente, a maioria dos curdos é oficialmente muçulmana, pertencendo à escola Shafi'i do Islamismo sunita.
Práticas místicas e participações em ordens sufistas estão também disseminadas entre os curdos. Há também uma minoria curda que é xiita, vivendo principalmente nas províncias iranianas de Ilam e Kermanshah e no Iraque central (curdos faili). Os alevitas são outra minoria religiosa entre os curdos, encontrados principalmente na Turquia.

Cultura

A cultura curda é o legado de vários povos antigos que moldaram os modernos curdos e sua sociedade, principalmente de três povos: os hurritas nativos, os iranianos antigos (medos) e os muçulmanos.
A cultura curda é muito próxima daquelas dos povos iranianos; os curdos, por exemplo, também celebram o Noruz (21 de Março) como Dia de Ano Novo.
Os filmes curdos principalmente evocam a pobreza e a falta de direitos do povo curdo na região. Yılmaz Güney (Yol) e Bahman Qubadi (A Time for Drunken Horses,Turtles Can Fly) estão entre os mais conhecidos diretores curdos.

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